segunda-feira, 30 de agosto de 2010

MEMÓRIA E SOCIEDADE

A memória é bem valiosa na dinâmica social. Toda cidade, vila ou povoado tem sua “enciclopédia viva”. Alguém que reúne em suas lembranças, com riqueza e minúcia de detalhes, passagens, fatos, e curiosidades sobre a história de sua comunidade. Na Bahia, temos representantes ilustres desse manancial de sabedoria. Em Salvador, o historiador Cid Teixeira, é responsável simbólico pela vigia do conhecimento histórico; a professora Zilda Paim, honorável guardiã da fartura historiográfica do recôncavo e Ubiratan Castro, arquivador-mor da memória negra do estado, são só alguns exemplos. Em Cipó, como representante dessa plêiade, o professor Evandro Góes é nossa conexão com o passado. Além de ser testemunha ocular de fatos importantes de nossa história e trazer consigo um considerável patrimônio imaterial e intangível, ele tem a vantagem de ter um arquivo abundante de documentos e fotografias, manuscritos muito bem redigidos sobre as origens históricas e lendárias do município, guardar consigo informações que certamente mais ninguém possua e o melhor: disposição e simpatia para receber alunos ou curiosos sedentos por ouvir suas narrativas apaixonadas sobre o desenrolar de nossa construção histórica.
Devemos minimamente reconhecer os seus esforços em não deixar que a lembrança de um povo tão singular e uma cidade tão vigorosa em suas potencialidades não se apague. Difícil compreender como Cipó perdeu suas características originais para, sob a benção das autoridades, se tornarem estagnada turisticamente e ter a cultura aos pedaços por falta de incentivo.
Aproveitemos amigos. Cuidemos para que nossa memória não pereça. Enxerguemos em fontes como a de profº Evandro a possibilidade de manutenção de nossa história. Absorvamos o conhecimento que dele emana para que sejamos nós mesmos nossa própria biblioteca. A ti, professor, nossos sinceros agradecimentos.

Matéria: Rafael Vilanova / Postagem: Vinícius Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário