Minha saudade habita tempo distante, por vezes tempo que não vivi. Tempo sobre o qual ouvi dizer, de homens valorosos e mulheres extraordinárias, vultos que o presente fez questão de esquecer, que partiram como tantos outros que foram embora em silêncio... Anônimos, sem memória.
Na REPÚBLICA DOS AMIGOS não há lugar para a história de um povo, na mesa larga do poder tal povo nunca é convidado a sentar. Governa-se para dentro, distante de uma gente que permaneceu do lado de fora da Prefeitura, à porta do PALÁCIO DE GELO... Esperando, esperando, esperando. E o sertão é uma espera enorme bem o disse certo escritor.
Minha saudade vem de um tempo onde o nome Caldas de Cipó bastava por si, e não precisávamos de qualquer referência quando nos perguntavam de onde vínhamos. Saudade do futebol no Afrânio Bahia, da tão modesta empanada em volta do campo onde ali reconhecíamos os nossos craques. Tempo de orgulho, tempo da SELEÇÂO DE CIPÒ... Do sambão de Nato, dos intermunicipais, de quando reconhecíamos nossa seleção e cada rosto era tão nosso. Hoje, reconheço se muito uma camisa sem alma, numa seleção inventada como mais uma farsa contada para distrair a REPÚBLICA DOS AMIGOS.
Hoje, onde estão os nossos desportistas? Qual sombra os envolve e os mantém sem nome? Nosso talento e força... Perdemos nosso orgulho e grassa a vergonha? De certo que não. Basta o cuidadoso olhar, a mínima boa-vontade que logo vislumbraremos a magia de um povo solar, do nosso povo cipoense. A cidade dos gigantes do futebol, de atletas que sobrevivem unicamente em nome da bola. Aí estão todos eles... Com outros nomes, num outro tempo, num mesmo coração. Sua benção Antônio de Abigail, Jouefles, Zé Eduardo, Januir, Eduardinho, Wilson da Farmácia, Pedro Costa, Djalma Cipó, Roberto de Maninho, Antônio Cuíca e tantos outros.
Infelizmente a política do atual prefeito perdeu-se em sua própria Roda-da-Fortuna, no Show do Milhão reprisado tantas vezes. Dinheiro que não se converte em afeto, em atenção. Esqueceu ou não quis ouvir que a maior obra de um governo é cuidar das pessoas. E cuidamos quando estamos perto, quando nossa casa deixa de ser uma fortaleza e passa a ser abrigo. Quando não adormecemos na fila aguardando simples audiência com SUA MAGESTADE.
Mas estamos em junho, e apesar do destrato ressurge sempre uma nova quadrilha junina e reacende a tradição... Mesmo que ofuscada pelos contratos milionários que atendem a interesses muito particulares.
Para nós, pra gente miúda, pro nosso povo, nossos melhores artistas, a migalha, a esmola ofertada e a certeza de que o velho milho atirado no passado ainda aquieta nosso povo.
Minha saudade habita tempo distante, “Quem fere a terra fere os filhos da terra.” Não a terra sem lei, do ranço político que não seca e muitos ainda insistem em perpetuar, da truculência do coronel, das perseguições, do assistencialismo barato, do hospital dos escolhidos, dos salários sem dignidade.
Do passado, falemos apenas do que de bom existiu, daquilo que perdemos de melhor. O passado enquanto lição deixada, não a política de retrovisor... Tão utilizada nos dias de hoje quando um governo justifica suas deficiências com os erros dos que passaram.
Anunciem: EU QUERO A MINHA CIDADE DE VOLTA, a minha melhor cidade, de uma praça mais feliz com direito a fonte luminosa e água anunciando vida.
Violência não é apenas o tapa no rosto do mais fraco, a palavra mais dura e a truculência do ferro. Silêncio fere tanto quanto o açoite impiedoso. Violência e ainda maior é não permitir a um povo o acesso a cultura, é ir matando aos poucos seus músicos, seus artesãos, seus atletas, mestres de reisado, seus poetas. É a escola muda que não ensina que por aqui viveram e ainda vivem grandes personagens. É ver sem compaixão nosso maior patrimônio desaparecendo às vistas de um governo omisso.
Todavia, para o nosso alento uma última lição: “Uma mudança abre sempre patamares para uma nova mudança.” Então, permaneçamos firmes, confiantes, participativos... Ainda que por vezes pareça não existir caminho.
Texto: Ronald Freitas ( Roninho ) / Postagem: Vinícius Silva
Na REPÚBLICA DOS AMIGOS não há lugar para a história de um povo, na mesa larga do poder tal povo nunca é convidado a sentar. Governa-se para dentro, distante de uma gente que permaneceu do lado de fora da Prefeitura, à porta do PALÁCIO DE GELO... Esperando, esperando, esperando. E o sertão é uma espera enorme bem o disse certo escritor.
Minha saudade vem de um tempo onde o nome Caldas de Cipó bastava por si, e não precisávamos de qualquer referência quando nos perguntavam de onde vínhamos. Saudade do futebol no Afrânio Bahia, da tão modesta empanada em volta do campo onde ali reconhecíamos os nossos craques. Tempo de orgulho, tempo da SELEÇÂO DE CIPÒ... Do sambão de Nato, dos intermunicipais, de quando reconhecíamos nossa seleção e cada rosto era tão nosso. Hoje, reconheço se muito uma camisa sem alma, numa seleção inventada como mais uma farsa contada para distrair a REPÚBLICA DOS AMIGOS.
Hoje, onde estão os nossos desportistas? Qual sombra os envolve e os mantém sem nome? Nosso talento e força... Perdemos nosso orgulho e grassa a vergonha? De certo que não. Basta o cuidadoso olhar, a mínima boa-vontade que logo vislumbraremos a magia de um povo solar, do nosso povo cipoense. A cidade dos gigantes do futebol, de atletas que sobrevivem unicamente em nome da bola. Aí estão todos eles... Com outros nomes, num outro tempo, num mesmo coração. Sua benção Antônio de Abigail, Jouefles, Zé Eduardo, Januir, Eduardinho, Wilson da Farmácia, Pedro Costa, Djalma Cipó, Roberto de Maninho, Antônio Cuíca e tantos outros.
Infelizmente a política do atual prefeito perdeu-se em sua própria Roda-da-Fortuna, no Show do Milhão reprisado tantas vezes. Dinheiro que não se converte em afeto, em atenção. Esqueceu ou não quis ouvir que a maior obra de um governo é cuidar das pessoas. E cuidamos quando estamos perto, quando nossa casa deixa de ser uma fortaleza e passa a ser abrigo. Quando não adormecemos na fila aguardando simples audiência com SUA MAGESTADE.
Mas estamos em junho, e apesar do destrato ressurge sempre uma nova quadrilha junina e reacende a tradição... Mesmo que ofuscada pelos contratos milionários que atendem a interesses muito particulares.
Para nós, pra gente miúda, pro nosso povo, nossos melhores artistas, a migalha, a esmola ofertada e a certeza de que o velho milho atirado no passado ainda aquieta nosso povo.
Minha saudade habita tempo distante, “Quem fere a terra fere os filhos da terra.” Não a terra sem lei, do ranço político que não seca e muitos ainda insistem em perpetuar, da truculência do coronel, das perseguições, do assistencialismo barato, do hospital dos escolhidos, dos salários sem dignidade.
Do passado, falemos apenas do que de bom existiu, daquilo que perdemos de melhor. O passado enquanto lição deixada, não a política de retrovisor... Tão utilizada nos dias de hoje quando um governo justifica suas deficiências com os erros dos que passaram.
Anunciem: EU QUERO A MINHA CIDADE DE VOLTA, a minha melhor cidade, de uma praça mais feliz com direito a fonte luminosa e água anunciando vida.
Violência não é apenas o tapa no rosto do mais fraco, a palavra mais dura e a truculência do ferro. Silêncio fere tanto quanto o açoite impiedoso. Violência e ainda maior é não permitir a um povo o acesso a cultura, é ir matando aos poucos seus músicos, seus artesãos, seus atletas, mestres de reisado, seus poetas. É a escola muda que não ensina que por aqui viveram e ainda vivem grandes personagens. É ver sem compaixão nosso maior patrimônio desaparecendo às vistas de um governo omisso.
Todavia, para o nosso alento uma última lição: “Uma mudança abre sempre patamares para uma nova mudança.” Então, permaneçamos firmes, confiantes, participativos... Ainda que por vezes pareça não existir caminho.
Texto: Ronald Freitas ( Roninho ) / Postagem: Vinícius Silva
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